Vem sendo demasiado
sério o que se passa com alguns alunos adolescentes, na
sede do nosso concelho (e doutros, por esse país
fora...). Tem causas várias, mas a polícia, a comissão
de protecção de crianças e jovens em risco, o tribunal
de menores, a autarquia municipal e as direcções das
casas da criança e das escolas da cidade sabem bem dos
problemas que muitos destes jovens têm causado, nos
últimos tempos.
Inúmeras são as casas comerciais queixosas de pequenos
(?) roubos ou furtos. Há adolescentes que apareceram com
evidentes sintomas de embriaguez. Já os vimos na rua, de
dia, com copos de cerveja na mão.
Houve situações de agressão física grave.
Ainda menores, fumam por todo o lado, inclusive e
provocatoriamente à entrada dos estabelecimentos
escolares. Passeiam-se em pequenos grupos, a altas horas
da noite. Alguns dormem fora da casa de acolhimento onde
foram colocados por ordem do tribunal. Faltam às aulas
de forma contumaz. Quando aparecem nas escolas, ou vão
apenas comer e logo saem escapando aos porteiros, ou
acabam por entrar nas sessões lectivas perturbando-as a
níveis inconcebíveis.
Projectam uma atitude de total desrespeito perante
qualquer tipo de autoridade. A única punição por parte
das escolas tem sido a figura legal da suspensão: é que,
na prática, esta é a única que a lei permite, como pena
máxima. E os transgressores atrevem-se a ameaçar e
ofender os funcionários e docentes que os tentam trazer
a um caminho correcto. Muitos destes alunos são
originários de outras paragens geográficas, mas têm
carreado estes desmandos e actos de criminalidade para
esta pequena cidade. Ora não podemos mais calar uma tão
perigosa situação. Chegou a hora de termos de proteger
os nossos filhos e alunos de quem tão mal se comporta e
vem encontrando reacções de impotência legal por parte
de todas as autoridades. Por serem inimputáveis os
infractores, uma vez que têm idades inferiores a 16
anos, foram já arquivadas queixas na polícia.
Que fazer? Vamos continuar a suportar a degradação da
segurança e o aumento de risco e de semelhantes maus
exemplos para os mais jovens? Até quando?
E suspeitamos de que haja casos bem mais graves que os
aqui referidos. Mas então não é proibido vender álcool e
tabaco a menores? E será legal que discotecas e bares
permitam a frequência de pessoas tão jovens pela
madrugada fora? Quem está afinal a cometer o maior
desacato?
O problema não é só de desgaste de funcionários e de
docentes, de agentes da autoridade policial ou das
direcções pedagógicas envolvidas. O problema é de todos
nós. Que fazer? Que educação estamos a dar a estes
"marginais antes do tempo"? Como vamos resolver estes
problemas? Alterando a lei e baixando a idade de
imputabilidade? Agravando as sanções quer do foro
disciplinar quer do criminal? Sancionando os
encarregados de educação? Se nada fazemos, pactuamos.
Que monstruosa sociedade estamos nós a criar ou a
consentir?