Público Online - 5 Abr 04
Protocolo assinado entre Ministério da Segurança Social e
instituições de solidariedade
Creches e lares com melhores serviços vão receber mais dinheiro
O ministro da Segurança Social e do Trabalho, Bagão Félix, assinou
hoje um conjunto de protocolos que diferencia pela positiva as
creches e os lares de idosos, que recebem mais verbas da tutela em
função dos seus bons serviços.
O protocolo assinado entre o ministério e a União das Misericórdias
Portuguesas, a Confederação Nacional das Instituições de
Solidariedade e a União das Mutualidades Portuguesas vai fazer com
que as Instituições de Solidariedade Social recebam comparticipações
suplementares.
O ministro da Segurança Social e do Trabalho explicou que "estes
protocolos têm um profundo significado" porque defendem a
continuidade da "cultura de qualidade, equidade, segurança e
formação".
A diferenciação positiva terá em conta o tipo de serviços prestados,
a complexidade ou vulnerabilidade da situação dos destinatários e a
adequação do funcionamento às necessidades dos utilizadores, entre
outros. Um exemplo de como funciona este princípio é o caso das
creches que tenham um horário de funcionamento superior a onze horas
diárias, para responder à necessidade expressa de um mínimo de 30
por cento dos pais. Estas creches passam a receber uma
comparticipação complementar de 408,14 euros mensais.
Já nos lares de idosos a aplicação do princípio da diferenciação
positiva tem em vista a adequação do seu funcionamento em função do
número de pessoas em situação de dependência. "O princípio da
diferenciação positiva visa maior equidade na determinação das
comparticipações financeiras e melhor adequação dos serviços
prestados pelas instituições às necessidades dos respectivos
utilizadores", lê-se nos protocolos.
Estes permitirão a transferência para as instituições sociais de
cerca de 900 milhões de euros, excluindo a Santa Casa da
Misericórdia de Lisboa, adiantou o ministro. À margem do protocolo,
as creches vão receber este ano 207,83 euros mensais, por utente; as
creches familiares 160,45 euros; e os lares de idosos 300,98 euros.
O presidente da União das Misericórdias Portuguesas, Vítor Melícias,
destacou o facto de os protocolos introduzirem o apoio a novas
respostas sociais, como os centros de apoio à vida e os centros de
noite. O presidente da União das Mutualidades Portuguesas, Edmundo
Martinho, classificou os novos apoios como "matéria da máxima
importância".
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