Diário de Notícias - 18 Abr 03
Família será ponto de partida da intervenção
A família será o núcleo onde incidirá a intervenção do projecto que arrancou no
Bairro da Bela Vista. Porque, «quando a estrutura familiar deixa de funcionar,
os problemas multiplicam-se e a disfunção é geral», explicou ao DN, Mercês
Borges, governadora civil de Setúbal e rosto do projecto.
Como as dificuldades de uma família se dispersam em muitas áreas: educação,
habitação, saúde, emprego ou segurança, a abordagem ao problema pressupõe a
articulação de várias entidades, desde as forças de segurança, às autarquias,
passando pelas instituições sociais, que têm um papel muito activo no colmatar
das carências da população. «A uma entidade integradora, competirá o
levantamento dos problemas de cada pessoa dentro do núcleo familiar e o
encaminhamento para um organismo que solucione a situação», explica Mercês
Borges .
Na Bela Vista operam mais de 30 instituições públicas de solidariedade social (IPSS)
e organizações não governamentais (ONG), mas o trabalho concertado ainda não é
uma realidade efectiva, afirma a governadora civil. Um sentimento partilhado por
outros parceiros da iniciativa. «Não podemos deixar que continuem a trabalhar de
costas voltadas. Existem também vários programas de requalificação e intervenção
no bairro mas não há uma estratégia comum», reforça.
O Governo Civil não tem enquadramento legal para coordenar mas «apenas para
juntar boas vontades», diz. Um trabalho que já está a ser feito no local.

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