Não te preocupes
Não te
preocupes com o teu adolescente
Há
alguns meses, um amigo contou-me uma história que me abriu os olhos acerca da
adolescência.
O meu filho Juan Francisco, de 16 anos, era para mim causa de angústias e dúvidas.
Sempre pensei que o tinha educado mal. Mas, depois da história do meu amigo, acabaram-se
as dúvidas.
Queria hoje compartilhar contigo esse relato.
Imagina
que a vida é um pequeno caminho. Todos seguimos por ele desde que nascemos. Os nossos
pais levam-nos nos braços durante os primeiros meses da vida. Aí vamos nós, nos braços
do pai e da mãe. São eles que nos levam. Quando fazemos um ano, os nossos pés já
estão pousados no chão. Damos os nossos primeiros passos. Por fim, caminhamos pelo nosso
próprio pé por este caminho da nossa própria vida. E continuamos a avançar. Chegam os
três anos. Já corremos um pouco, sempre com os nossos pais ao lado.
Tempos
depois, naqueles anos maravilhosos em que tínhamos 8, 9 e 10 anos, quando éramos esses
miúdos inquietos mas transparentes, corríamos mais alegremente. Os nossos pais
observavam-nos, confiados e tranquilos. Percorríamos o caminho da vida
despreocupadamente.
De
repente, sem mais nem menos, esse caminho da vida pelo qual seguíamos tão
despreocupadamente desaparece. Ao dar um passo, caímos numa torrente de água que nos
arrasta com violência. Quase sem darmos conta, já estamos dentro da água, tentando
respirar e nadar.
Qual é
a reacção de um pai numa situação assim? Supondo que tivesse uma corda à mão, o mais
provável é que a lançasse, com a esperança de que o filho a consiga segurar, para que
depois o conseguisse puxar para a margem. Mas acontece que, quando o rapaz recebe a corda
e sente que o pai o puxa para a margem, solta-a! Não a quer!!... O pai angustia-se e fica
desesperado. Que se passa? Por quê esta reacção do filho?
No
caminho da vida caminha-se sempre para a frente. Se um pai puxar o filho para trás, este
reagirá soltando a corda. Tem de continuar para a frente!
Nós, os
pais, ficamos angustiados quando chega a adolescência. Esquecemo-nos de que a vida é
para a frente. Queremos que este filho seja como era uns meses antes. Mas NÃO! A
adolescência é uma etapa mais na vida.
Vai para o outro lado do rio. Anima o teu filho a aprender a nadar. Estimula-o para que
continue nadando. Dá-lhe confiança em si mesmo. Espera com paciência. Apoia-o. Por
acaso não passaste também pela adolescência?
Depois
de uns anos de paciência, de respeito, de confiança, de carinho e apoio, aquela criança
que caiu à água sairá do rio transformada em adulto. Não desesperes.
(Francisco Cardona Lira - Catholic Net)