Logo que foi conhecida a
celebração do protocolo entre o Ministério da Educação e o Movimento
de Defesa da Vida (MDV) sobre
educação sexual, a APFN imediatamente manifestou o seu regozijo
junto do Ministério da Educação e do Primeiro-Ministro, assim como
felicitou o MDV por, finalmente, ter contribuído para pôr fim ao
inaceitável monopólio exercido pela APF, fazendo com que fosse dada
liberdade de escolha aos pais.
Uma vez que vieram a público duas
tomadas de posição contra a celebração deste protocolo, da JS e da
CONFAP, a APFN julga conveniente a divulgação da sua posição.
A APFN estranha o confuso comunicado
da JS, considerando o MDV uma entidade "contrária às políticas
do Ministério da Saúde", e, entre muitas outras coisas, afirma
que o MDV "vai actuar com o apoio do Ministério da Educação num
sentido contrário à linha do Estado Português, designadamente do
Ministério da Saúde e da Comissão Nacional de Luta Contra a Sida, em
matéria de saúde reprodutiva e educação sexual".
Como é evidente, não compete à
APFN defender o MDV, o Ministério da Educação, o Ministério da Saúde
ou a Comissão Nacional de Luta Contra a Sida.
Gostaria, apenas, de recordar a
estes jovens que a política do Estado Português está bem definida na
Constituição, que determina que compete ao Estado cooperar com os
pais na educação dos filhos, o que é perfeitamente normal num Estado
democrático e que considera a família elemento fundamental da
sociedade.
No que diz respeito à ONU, também
invocada no comunicado destes jovens, a APFN gostaria de recordar
que, ainda há menos de um ano, a ONU subscreveu a afirmação da
UNICEF, também adoptada pela UE, que "a família é o elemento
fundamental da sociedade e tem a principal responsabilidade pela
protecção, crescimento e desenvolvimento das crianças".
Infelizmente, parece não ter sido
essa a experiência destes jovens, pelo que a APFN sugere que
discutam o assunto com os seus pais.
A APFN considera mais estranha a
reacção da CONFAP, uma vez que é formada por pessoas adultas e que
bem conhecem as reacções que têm surgido no terreno contra as acções
levadas a efeito pela APF, sem conhecimento prévio ou autorização
dos pais.
Menos compreende a reacção da
CONFAP contra uma organização por si acusada de ter "nascido de
diferentes movimentações
contra a despenalização do aborto".
A APFN gostaria de recordar à
CONFAP que o país, em referendo, manifestou-se contra a
despenalização do aborto, pelo que, a haver estranheza, será pelo
facto de, até agora, estas acções terem sido levadas a efeito por
precisamente quem foi e é contra o resultado desse referendo! É
evidente que, com estas atitudes, a CONFAP será cada vez mais
afastada e isolada, uma vez que demonstra não representar, como
nunca representou, os pais.
Uma vez que estamos num país
democrático, os pais votam nos seus governantes, não tolerando quem
não consegue perceber que é a eles que compete educar os seus filhos
e, para isso, terá que haver liberdade de opção.
A APFN espera que outras
associações surjam a celebrar protocolos no género com o Ministério
da Educação, a fim de, na diversidade, serem dadas mais opções de
modelos educativos a serem escolhidos pelos pais de cada aluno.
Alertada pelo comunicado da JS, a APFN solicita
que o Ministério da Saúde investigue se a acção dos seus diversos
agentes no que diz respeito a saúde sexual e reprodutiva tem sido a
adequada.
A APFN tem fortes razões para
suspeitar que não será o caso, uma vez que Portugal tem-se,
infelizmente, distinguido por ser o país
europeu com maior incidência em DST's (e crescente), provavelmente
por continuar a usar metodologias que estão a ser abandonadas
noutros países ocidentais devido aos seus resultados desastrosos.
Como é natural, a APFN defende que sejam adoptadas
as metodologias que se têm revelado eficazes na prevenção destas
doenças.
Não há razão nenhuma para se suspeitar que as
novas metodologias defendidas pela OMS, e que até no Uganda estão a
dar bons resultados, não dêem os mesmos resultados em Portugal.
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