Resultados escolares - comunicado da APFN

A APFN congratula-se com a publicitação dos resultados escolares, comparando as notas obtidas nos exames nacionais com as classificações obtidas ao longo do ano.

É por demais evidente a oportunidade e importância desta divulgação, que põe a nu a fraude praticada por várias escolas.
Recorde-se que as notas obtidas na avaliação contínua têm um peso de 75% na classificação de acesso ao ensino superior, o que faz com que alunos tenham o acesso facilitado com recurso a esta fraude, prejudicando os melhores e mais sérios. Deste modo, vemos as universidades a serem frequentadas pelos "chico espertos", em vez dos mais capazes.

A APFN congratula-se pela atenção que esta situação está, finalmente, a merecer por parte do Ministério da Educação, solicitando que sejam apuradas responsabilidades de modo a se eliminar, de vez, os inúmeros "esquemas" que têm arrasado o sistema educativo. A APFN considera que a gravidade da situação exige, ainda, o apuramento da responsabilidade política das equipas ministeriais anteriores.

Dado o observado, a APFN insiste na necessidade da criação de exames nacionais no fim de cada ciclo, i.e., no 4º, 6º e 9º anos, em todas as disciplinas.

A APFN não concorda com o estabelecimento de rankings baseados nesta informação, i.e., alguém classificar e publicitar que a escola A é melhor que a escola B, qualquer que seja o critério usado, uma vez que é aos pais que compete escolher a melhor escola para os seus filhos, de acordo com o seu critério.
O Estado deve limitar-se a publicar os resultados obtidos nos exames nacionais comparados com os obtidos ao longo do ano, a fim de:

- Identificar, denunciar e combater as fraudes com as classificações (com particular rigor nas escolas estatais, pagas com os impostos de todos os portugueses);
- Actuar junto das escolas com menores classificações, a fim de encontrar as melhores soluções para inverter os resultados. Obviamente, a instabilidade do corpo docente é um factor importantíssimo, para além da falta de preparação e abstencionismo por parte de alguns docentes.
Escolas inseridas em meios menos favoráveis exigem, também, um maior investimento para melhoria dos resultados.

A APFN aproveita a oportunidade para saudar a actual equipa ministerial por todas as medidas que têm vindo a adoptar e, ainda, para recordar outras reivindicações:

1 - Criação do cheque-ensino, a fim de permitir que os pais tenham a liberdade, reconhecida internacionalmente e na Constituição, de escolherem o projecto educativo mais adequado para os seus filhos. Este cheque poderá ser criado progressivamente, começando-se por apenas 25% do custo do ensino estatal, aumentando 25% por ano até aos 100%. A implementação do cheque-ensino não afecta, em nada, o Orçamento Geral do Estado, aumentando, decisivamente, o retorno do enorme investimento na educação.

2 - Acabar com a negociata dos livros escolares, autêntica exploração a que os pais são sujeitos, que passa pela proibição de os alunos escreverem em qualquer material impresso, devendo, para isso, usar apenas os cadernos escolares. Nada justifica a constante mudança dos manuais escolares do ensino primário e secundário. Até na universidade os livros duram anos! A APFN não concorda que este problema seja resolvido através da simples oferta de novos livros aos alunos.

3 - Promover a via profissionalizante: a APFN entende que o facto de alguns estabelecimentos de ensino superior admitirem alunos com classificações bastante negativas é sinal de, na realidade, serem estabelecimentos de ensino médio. Como tal, deverão ser reclassificados e passarem a admitir alunos com o 9º ano (ou inferior), aumentando-se a oferta na tão necessária via profissionalizante, para bem desses estabelecimentos de ensino, dos alunos, seus pais e do país em geral.

APFN - Associação Portuguesa de Famílias Numerosas

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