Nos últimos dias, o país foi surpreendido por uma
campanha da APAV frontalmente contra o casamento, consistindo em:
1 - Postais representando uma casa com um
letreiro "Cuidado com o marido";
2 - Anúncios na rádio, glosando com a fórmula do
matrimónio, em que uma voz masculina prometia à sua futura mulher um
futuro de violência.
Ora, para além da manifesta falta de gosto, esta
campanha está objectivamente contra todo o conhecimento
científico internacional nesta matéria: todos os estudos
mostram que a família fundada no casamento é aquela que, de
longe, garante a melhor segurança para os seus membros.
Aliás, se cruzarmos os dados existentes no site
da APAV com os constantes no site do INE, verificam-se os seguintes
valores de incidência de violência doméstica por estado civil e por
tipo de família:
Estado
civil |
Incidência Violência |
Solteiro |
0.04% |
Casado |
0.10% |
União de facto |
0.28% |
Viúvo |
0.05% |
Divorciado |
0.25% |
Separado |
0.73% |
Tipo
de família |
Incidência Violência |
Monoparental |
0.37% |
Nuclear |
0.24% |
Reconstruída |
1.13% |
Alargada |
1.03% |
Logo,
insistindo no mau gosto, caso a APAV decida manter
a sugestão de colocação de tabuletas, deverão ser do tipo "Cuidado
com o divorciado", "... com o monoparental", "... com o unido", "...
com o reconstruído" ou "... com o alargado".
Ofensa gratuita e alvo falhado
Para
além de esta campanha ser uma ofensa para os 5 139 592 portugueses
casados, revela que a APAV, no seu muito meritório objectivo de
combater a violência doméstica, tem falhado rotundamente o alvo.
Pior ainda, ao eleger o casamento como seu alvo, está, na realidade,
como os números bem demonstram, a promover a violência doméstica.
APAV
e violência doméstica
A APFN
considera muito meritória a acção que a APAV, e outras associações
congéneres, têm desenvolvido. Ora esta campanha, vem, infelizmente, descredibilizar
a objectividade, rigor e eficácia da APAV, o que, inevitavelmente, a
obriga a efectuar a necessária correcção.
A
APFN sugere que essa correcção seja feita dos seguintes modos:
1
- Anúncio radiofónico repondo a verdade, isto é, informando que a
família baseada no casamento é aquela que, de longe, apresenta
menores índices de violência doméstica;
2 -
Envio de postais aos anteriores destinatários, pedindo
desculpa pelo erro.
A
APFN aproveita a oportunidade para recomendar fortemente que, no
âmbito do Ministério da Segurança Social e Trabalho / Coordenação
Nacional dos Assuntos da Família, seja encomendado um estudo
sobre os efeitos dos diversos tipos de família em:
1 - Violência
doméstica
2 - Comportamento
desviante e de risco infantil e juvenil, nomeadamente alcoolismo,
droga, SIDA, acidentes na estrada, delinquência, criminalidade,
violência nas praxes académicas, nos estádios de futebol, etc
3 - Sucesso escolar
Neste estudo,
dever-se-ia seguir a tipologia seguida pelo INE.
Esse estudo é
indispensável para que:
1 - O Estado e seus
agentes não tenham dúvidas sobre o tipo de família que deve ser
promovido;
2 - Para que, quem
pense constituir família, seja informado com verdade qual o modelo
mais desejável, a fim de poder decidir em liberdade;
3 - Para que todas as
associações de promoção da família orientem a sua acção no mesmo
sentido, melhorando a eficácio do seu conjunto e de cada uma.
APFN -
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