Nótulas soltas da minha
agenda - 21 Nov 03
Carlos Aguiar Gomes
1.
Selvagens! Vi e fiquei
profundamente indignado com o que se passou em França com a equipa de Sub
21. O balneário todo destruído! A alegria não se manifesta pela
destruição. Sinto desgosto profundo. Nem encontro desculpa para semelhante
acto!
2.
Ainda bem que o Governo
não vai pelas “salas de chuto” nas cadeias. Cito, a propósito, uma
passagem de um editorial do Director do Expresso: “O Estado deveria
tornar claro que na droga não pode haver cedência”. Sendo a droga um mal,
toda a cedência é um crime. Quando se cede hoje, pondo o limite mais à
frente, sabe-se que amanhã será preciso ceder mais um pouco, e depois do
amanhã ainda mais.”
Subscrevo totalmente esta
posição.
3.
Sendo as cadeias espaços
limitados, bem confinados e de entradas controladas, como se explica que
as drogas entrem e circulem, pelos vistos, em grandes quantidades, sem que
ninguém dê conta?
4.
Continuo a não aceitar
que se fechem as universidades a cadeado. Há outras formas de luta.
Democráticas. Respeitadoras dos outros, dos que querem ir às aulas, fazer
frequências, estudar, investigar, dar aulas, etc.
Se pega a moda, qualquer dia
temos as Repartições de Finanças fechadas a cadeado por contribuintes que
se sentem lesados ou mal tributados. Ou os Hospitais trancados porque há
médicos negligentes ou distraídos. Ou …
5.
A APAV (Associação
Portuguesa de Apoio à Vítima), ONG, tem desenvolvido um excelente trabalho
de apoio às vítimas, sobretudo mulheres trabalhadoras em casa (as chamadas
domésticas). Esta instituição denunciou, recentemente situações de
violência doméstica que me impressionaram: 60 mulheres morreram em
Portugal, no ano de 2002 e 300 foram vítimas de crimes contra a vida em
igual período de tempo. Mas quantas mulheres, crianças e jovens teriam (e
são!) vítimas silenciosas, sofrendo em silêncio a brutalidade de alguém
que, talvez, lhe seja muito próximo?
6.
Fico incomodado com
tanta acusação que tem recaído sobre os polícias. Como é que ainda há
jovens que querem seguir aquela carreira de serviço à comunidade? Acredito
que haja polícias violentos. Mas quantos polícias são diariamente vítimas
da violência de marginais, muitos deles até morrendo assassinados? Bem sei
que a violência gera violência. Mas os polícias merecem outro olhar,
atenção e respeito. Para nosso bem, pelo menos! Por que não se referem as
boas práticas exercidas silêncio e discretamente por tantos agentes
policiais, no apoio a deficientes, idosos ou crianças, na prestação de
informações ou com a sua presença securizante?
7.
A Associação Portuguesa
de Famílias Numerosas divulgou recentemente um estudo objectivo sobre
“Politica Fiscal da Família”, cujo autor é Rui Marques, Licenciado em
Direito e com um vasto curriculum nas áreas da Fiscalidade e Direito. Já
se sabia que do ponto de vista fiscal os casais (marido e mulher) que se
mantenham unidos são altamente penalizados. Rui Marques analisou a
situação que convida às “uniões de facto” ou ao divórcio por conveniência.
É urgente dar a volta! As famílias não podem ser prejudicadas por
acreditarem na sua estabilidade! Está, pois, nas nossas (cidadãos
eleitores) exigir as mudanças que se impõem! |