Mulheres em
Acção - 20 Jan 04
Exma.
Senhora Deputada Luisa Mesquita,
Na sequência
do debate de ontem no programa “Prós e Contras”, a Senhora Deputada
questionou insistentemente a representante da Associação “Mulheres em
Acção” sobre qual a legitimidade da nossa Associação para se “atrever” a
representar as Mulheres portuguesas, num
assunto tão íntimo como a decisão de abortar.
Não tendo sido
possível ontem, dadas as contingências de um debate daquela natureza,
satisfazer cabalmente o interesse e curiosidade que manifestou, vimos
acrescentar os seguintes
esclarecimentos:
A legitimidade
desta Associação de Mulheres, decorre:
-
em primeiro lugar,
do ponto de vista democrático:
do facto
de, no referendo de 1998, o número de pessoas
que recusaram o aborto livre,
universal e gratuito, corresponder à
maioria (pelo contrario, a sua legitimidade pertence à da
minoria);
-
em segundo lugar, do nosso conhecimento do
terreno – onde, por acaso, nunca a vimos;
-
em terceiro lugar, dos exaustivos estudos
efectuados em países onde o aborto, infelizmente, deixou já um longo rasto
de destruição.
Claro que a
Senhora Deputada pode preferir ignorar essa informação, em nome da sua
ideologia, mas não queríamos deixar de lho recordar.
No entanto, se
tivesse tempo, gostaríamos de saber quais os dados que
tem, sobre as consequências de um aspirador dentro de nós, a dilacerar
o nosso filho.
Por último,
apenas uma palavra sobre a “tolerância”, de que a Senhora Deputada tem,
segundo parece, o exclusivo. Em qualquer sociedade decente, a lei protege
os mais desfavorecidos, contra a prepotência dos mais fortes: ou seja, não
“respeita a consciência”, nem as razões, daqueles que atentam contra a
vida dos mais fracos.
A lei que
criminaliza o aborto protege os mais fracos: o bebé não nascido (que não
merece à Senhora Deputada uma leve menção sequer - a
Senhora Deputada não o tolera) e protege a própria mulher grávida da
pressão hostil contra a sua maternidade.
Nós defendemos
os dois, mãe e filho.
A Senhora
Deputada só “defende” a mulher ( e nem sequer a
mulher/mãe) e, ao fazê-lo, permite também que ela mate o seu próprio
filho.
A História
nos há-de julgar!
Mulheres em
Acção
Com esta campanha, “ SE a gravidez é um problema, o aborto é um
pesadelo.”, a Associação Mulheres em Acção,
pretende chamar a atenção dos deputados para o dever urgente de
promoverem diagnósticos sérios e profundos sobre as causas e
consequências de um aborto, como medida prévia e preliminar de qualquer
eventual nova legislação sobre esta matéria.
Mulheres em Acção –
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