APFN - Associação Portuguesa de Famílias Numerosas 

  Comunicado

Ditadura das sucessivas maternidades e infantofobia

1 - No passado dia 10 de Fevereiro, realizou-se uma oportuna audição pública no Centro Jean Monet, em boa hora promovida pela eurodeputada Dra Edite Estrela, subordinado ao tema "Desafios Demográficos em Portugal e na União Europeia"  (http://www.apfn.com.pt/Noticias/Fev2006/120206a.htm).
Lamentavelmente, a APFN não esteve presente por não ter tido conhecimento prévio deste importantíssimo evento.
 
2  - A APFN congratula-se com esta iniciativa, promovida pelo Parlamento Europeu, e que mostra como as autoridades europeias estão preocupadas com a crise demográfica europeia, resultado lógico de dezenas de anos de promoção de uma cultura infantófoba contra a natalidade por quantos não têm filhos e não querem ter (estão no seu direito) mas, sobretudo, têm raiva a quem tem.
 
3 - Através da comunicação social (http://www.apfn.com.pt/Noticias/Fev2006/120206b.htm) tomou conhecimento das revoltantes declarações do sociólogo Leston Bandeira, presidente da Associação Portuguesa de Demografia, ao referir-se à "libertação da mulher da ditadura das sucessivas maternidades". Estas declarações, da mais pura infantofobia, são uma ofensa aos cada vez menos casais com filhos e, também, a quantos gastam rios de dinheiro para lutarem contra a infertilidade de que são vítimas. Mais importante, ainda, são uma ofensa à sua Mãe e ao seu Pai, pelos vistos promovido pelo seu filho à categoria de ditador!
 
4 - A APFN congratula-se com as declarações do Dr. Joel Hasse Ferreira e Dra Edite Estrela, totalmente em linha com o que esta Associação tem vindo a reclamar e a promover desde a sua criação há cerca de 7 anos, e a que mais de 600 empresas e 20 municípios aderiram, em absoluto contraste com a total indiferença do Governo.
 
5 - Manifesta a sua estranheza pela excitação do Dr. Jorge Lacão sobre o facto de na Suécia mais de 50% dos nascimentos serem fora do casamento. Sem preconceitos, como recomenda, a APFN sugere a leitura do documento "Mortality, severe morbidity, and injury in children living with single parents in Sweden: a population-based study" (http://www.elfac.org/Publications/mortality-single-parents.pdf, um estudo feito na Suécia, e que mostra que, até nesse país-maravilha, a incidência de comportamento desviante em jovens e crianças em famílias "mono-parentais" é duas a quatro vezes superior do que em famílias estruturadas, ie, compostas por pai, mãe e filhos, o que faz com que as autoridades suecas não partilhem a mesma excitação do Dr. Jorge Lacão. No estudo "The rise of cohabitation and chidbearing outside marriage in Western Europe" (http://www.elfac.org/Publications/ccom.pdf) mostra-se aquilo que também toda a gente sabe: apesar da elevada taxa de divorcialidade, é a família fundada no casamento (obviamente entre homem e mulher por razões biológicas) que mostra maior resiliência e, como tal, deve ser promovida e acarinhada por garantir melhor qualidade de educação das crianças que geram. É por estes factos tão simples que, apesar de haver cada vez menos jovens e crianças, são cada vez maiores (em quantidade e intensidade) os problemas com eles e só os preconceituosos não vêm e se excitam em vez de se preocuparem.
 
6 - Assim, a APFN:
  • Como associação de pais, manifesta a sua solidariedade aos pais do presidente da Associação Portuguesa de Demografia pela dor que as suas declarações lhes terão causado;
  • Exige um pedido público de desculpas do presidente da Associação Portuguesa de Demografia a todos os pais e, também, a todos os portugueses que, vítimas da cultura infantófoba de que este senhor é fervoroso evangelizador, assistem, impotentes, ao colapso do sistema de Segurança Social.
  • Sugere que os muitos demógrafos que, há anos, têm vindo a alertar para a dramática crise demográfica sejam consequentes relativamente às inconcebíveis declarações deste senhor que fala em seu nome (http://www.apfn.com.pt/Noticias/Dez2005/101205e.htm);
  • Exige que o Governo tome medidas no sentido que a APFN tem vindo a reclamar, medidas cuja importância foi recentemente enfatizada pelo Presidente da República (http://www.apfn.com.pt/Noticias/Nov2005/261105a.htm) e pela eurodeputada Edite Estrela, medidas essas que passam, inevitavelmente, por exigir projecções realistas pelo INE (http://www.apfn.com.pt/Noticias/Abr2004/apfn.htm), assim como estudos realistas sobre a (in)sustentabilidade do Sistema de Segurança Social (http://www.apfn.com.pt/Noticias/Out2005/apfn.htm). Não é aldrabando os números que se irão alterar os resultados, como os portugueses têm sido testemunhas nos sucessivos Orçamentos Gerais do Estado, por exemplo.

12 de Fevereiro de 2006

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