"Pedofilia: prevenir, prevenir e prevenir!"
Carlos Aguiar Gomes
A pedofilia, de que tanto se tem falado nos últimos meses, é uma perturbação
severa, que gera grandes consequências para as vítimas de quem sofre de tal
comportamento. Um pedófilo não é, em regra, um
doente mental mas sim alguém que não controla a sua
sexualidade face a crianças. Fortemente perturbado, comandado
por impulsos sexuais que não sabem e/ou não querem controlar, os pedófilos
são pessoas que agem impulsivamente, destruindo e marcando negativamente
as crianças que foram violadas, violentadas e manipuladas na sua
inocência. A pedofilia é um comportamento agressivo e violento manifestado
por indivíduos que, desse modo, perturbam o normal desenvolvimento
das crianças e as traumatiza para sempre. Por isso, mais
do que nunca é preciso prevenir! Vivemos uma época permissiva,
sobre todos os aspectos, erotizados nas mais simples pormenores,
pornográfica em abundância. Desde o simples anúncio de lâminas de barbear
ao carro mais sofisticado ou produto de higiene, a carta
erótica, se não mesmo pornográfica, está presente e
entra pelos olhos dentro mesmo dos mais distraídos:
na televisão, nos "outo-doors", nas cançonetas, nas anedotas, nos
folhetos que nos são metidos nas caixas do correio, etc,ect. Temos tido
face a esta onda de laxismo e exaltação do praxer a todo o custo,
atitudes permissivas. Não temos reagido com força e
serenidade. Como dizem os jovens: "andamos a
assobiar para o lado"! Prevenir é, assim, urgente!
Aos pais e outros educadores incumbe a tarefa de prevenir que as crianças
possam ser vítimas de pedófilos (mas, atenção,
infelizmente, há pais e educadores pedófilos!).
As crianças devem ser educadas no respeito da sua intimidade: tomar banho
sozinhas, desde que a idade o permita e não devem
ser toleradas atitudes exibicionistas, nem por
parte dos pais nem dos outros educadores. O pudor ainda
é um valor positivo e a promover. Os pais devem dar o exemplo! Deve
ser dito (e repetido), a propósito, que os orgãos
sexuais não são para exibir ou deixar que alguém os
toque fora de um contexto médico, de enfermagem ou
de uma vida adulta responsável de afectos educados e de amor.
Um clima de diálogo, aberto e franco, sobretudo com os pais, as crianças
ameaçadas ou molestadas por alguém, deve abrir
estas à confidência que relate episódios que
atentem contra o pudor: exibição de orgãos sexuais por parte
de adultos; carícias e toques suspeitos de quererem iniciar uma relação
pedófila; convites e/ou atitudes que tentem a criança a deixar-se
levar pela sedução; manter conversas com
desconhecidos (ou amigos) que visem a exploração sexual
(sob qualquer forma!); etc. Numa palavra: as crianças
devem aprender a defender-se pela informação adequada
à sua idade e pela formação para uma vida sexual responsável. Os
pais não devem temer dizer aos seus filhos que se forem assediados, devem
gritar e pedir socorro e fugir. Aqueles, se não
podem levar e trazer estes à escola, deverão dizer-lhes
que não andem sozinhos, por locais escuros e pouco
frequentados. Igualmente lhes deve ser dito claramente que não podem aceitar
boleias de quem não conhecem ou não conhecem bem. Do mesmo as crianças
devem ser educadas a nunca aceitarem guloseimas, brinquedos ou qualquer outra
oferta de estranhos. Em casa, as crianças (e adultos!)
nunca devem abrir a porta a desconhecidos ou a quem não identificam com clareza.
Manter conversas com desconhecidos na rua, ao telefone ou
na net, nunca serão de admitir.
Sempre, em todas as circunstâncias, os pais devem fomentar o diálogo com os
filhos, interessarem-se, efectivamente, pelo seu
dia-a-dia na escola, a caminho desta, com os
colegas e professores. Pais dialogantes, sempre! E se há
suspeitas, os pais e os educadores devem trocar pontos de vista e/ou
avisar as forças policiais se for caso disso. Não
ter medo de proteger o seu mais precioso dom: os filhos.
Educá-los, também, para não terem medo de dizer aos pais sempre a verdade!

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